A apresentadora Sabrina Sato, de 43 anos, e o ator Nicolas Prattes, de 27, passaram por um momento muito triste na última terça-feira (5), quando Sabrina perdeu o bebê que esperavam. Ela estava com 11 semanas de gestação. A notícia foi confirmada pelo Hospital Israelita Albert Einstein, que também informou que Sabrina teve alta no dia seguinte, quarta-feira (6).
De acordo com o hospital, o que aconteceu foi uma “não evolução da gestação”. Isso quer dizer que, apesar de tudo parecer estar indo bem no começo da gravidez, o bebê deixou de se desenvolver. O comunicado enviado pelo hospital foi o seguinte:
“A paciente Sabrina Sato deu entrada no Hospital Israelita Albert Einstein, no dia 05 de novembro, em virtude da não evolução da gestação, que ainda estava na 11ª semana. Ela teve alta hospitalar nesta quarta-feira (06/11)”.
Esse tipo de situação, quando a gravidez simplesmente para de evoluir, é chamado de não evolução da gestação. Como explica a ginecologista e obstetra Carolina Curci, o embrião pode até começar a se formar, o saco gestacional pode estar lá, mas depois o processo de desenvolvimento para. Em alguns casos, o embrião nem chega a se formar de verdade.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida, cerca de 50% das gestações que terminam em aborto espontâneo são consideradas gestações anembrionadas. Isso acontece quando o embrião não se desenvolve, e só o saco gestacional cresce. Estima-se que esse tipo de gestação anembrionada ocorra em 1% a 3% de todos os casos de gravidez.
A principal causa disso, segundo a especialista, são problemas genéticos no embrião. Como ela mesma diz, o mais comum é que haja uma falha nos cromossomos do embrião. “Às vezes, os cromossomos não se desenvolvem corretamente, ou pode ser algo relacionado ao equilíbrio hormonal da mãe ou até mesmo um problema no desenvolvimento do embrião”, explica.
Curci fala também sobre como funciona a reprodução humana. “Quando o óvulo e o espermatozoide se encontram, eles mandam metade das células. Se algo der errado nessa divisão ou se algum cromossomo for enviado a mais ou a menos, a gestação pode não continuar”, diz ela.
Outro ponto importante é que, mesmo em casos de não evolução da gestação, o exame de gravidez, como o teste de farmácia ou o exame de sangue (beta HCG), pode dar positivo. Isso acontece porque o HCG, hormônio produzido pelo corpo após a fecundação, continua a ser liberado, mesmo que o embrião não se desenvolva corretamente. Mas, como explica a médica, o simples fato de o HCG estar presente não significa que o bebê vai se desenvolver. O acompanhamento médico é necessário para ver se a gravidez realmente está seguindo em frente ou se algo deu errado.
A melhor forma de descobrir a não evolução da gestação é fazer um ultrassom, segundo Carolina Curci. “Se o ultrassom mostrar o saco gestacional, mas não houver o embrião, o médico vai acompanhar. Se na próxima semana ainda aparecer só o saco, isso é um sinal de que a gestação não está evoluindo”, afirma.
Esse tipo de perda é algo muito difícil e doloroso para qualquer família, e é importante que a Sabrina e o Nicolas recebam o apoio necessário nesse momento. A situação de uma “não evolução” da gestação é mais comum do que muitas pessoas imaginam, mas isso não diminui a dor que uma perda como essa pode causar. A perda de uma gestação é sempre muito triste, mas felizmente, a medicina tem avançado bastante para ajudar as mulheres a entenderem o que está acontecendo e para acompanhá-las em todos os momentos.