Caso Adalberto: sangue de mulher detectado em carro de empresário não é da esposa

A investigação sobre a morte misteriosa do empresário Adalberto Amarilio Junior ganhou um novo capítulo — e daqueles que mais levantam perguntas do que oferecem respostas. Segundo o laudo pericial mais recente, o sangue feminino encontrado no interior do carro de Adalberto não pertence à sua esposa, como se chegou a especular nas primeiras fases da apuração. O DNA foi comparado com o dela e o resultado deu negativo. Ou seja, alguém mais esteve dentro daquele veículo. Alguém do sexo feminino. Quem era? Quando? Por quê?

Os vestígios de sangue feminino foram encontrados em três pontos diferentes do carro, o que indica que essa mulher ficou ali por um tempo razoável, e não só passou rapidamente. E o detalhe mais estranho é que os peritos não conseguiram ainda identificar quando exatamente esse sangue foi deixado ali. Poderia ser antigo? Recente? Faz parte do crime ou não tem nada a ver?

Vale lembrar que Adalberto foi encontrado morto por asfixia, em condições bastante estranhas, numa área em obras no Autódromo de Interlagos, em São Paulo. O corpo estava sem calças e sem os sapatos — um dado que, embora chocante, não teve explicação até agora. O local é isolado, sem câmeras de segurança, o que atrapalha (e muito) a apuração. Foram justamente trabalhadores da obra que acharam o corpo, quatro dias depois do desaparecimento.

Motociata, seguranças e o último contato com a esposa

Na noite de 30 de maio, Adalberto participou de um evento de motociclistas. A famosa motociata reuniu centenas de pessoas — um ambiente caótico, difícil de controlar, e que contou com mais de 200 seguranças trabalhando. Por volta das 21h, ele mandou mensagem pra esposa dizendo que já estava indo pra casa. Depois disso, sumiu do mapa.

A principal linha de investigação, até o momento, aponta justamente para a atuação de seguranças envolvidos no evento. Entre os 200 profissionais presentes, 25 já foram ouvidos, mas nenhum foi formalmente acusado ou considerado suspeito direto. A Polícia Civil segue colhendo depoimentos e tentando costurar os fatos com tecnologia: os investigadores estão usando dados das antenas de telefonia pra rastrear quais celulares estavam na região do autódromo entre os dias 30 de maio e 3 de junho.

É uma tentativa de cercar o tempo e o local com dados concretos. O problema é que o volume de informações é gigantesco, e o DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), que lidera o caso, trabalha em absoluto sigilo pra não comprometer a apuração.

Silêncio, mistério e pressão pública

Desde a repercussão do caso, o clima entre os amigos e familiares de Adalberto é de revolta e angústia. Não faltam teorias nas redes sociais — algumas apontam para envolvimento passional, outras acreditam em crime ligado a brigas internas no universo dos eventos de motos. Tem gente, inclusive, apostando em uma suposta emboscada motivada por ciúmes, dívida ou vingança. Mas até agora nada foi comprovado.

A imprensa tem pressionado por atualizações, e mesmo com a nova informação do DNA feminino, a polícia não se arrisca a formar conclusões. Nem mesmo pistas sobre a identidade dessa mulher foram divulgadas. Pode ter sido uma passageira ocasional? Alguém próximo de Adalberto? Uma terceira pessoa que viu algo e não quer (ou não pode) aparecer?

O caso segue envolto em mistério. E por enquanto, o que era pra ser uma pista acaba mais confundindo do que esclarecendo.