No mês passado, Sabrina Sato e Nicolas Prattes passaram por um momento muito difícil. A apresentadora, que estava grávida do primeiro filho do casal, perdeu o bebê após sofrer um aborto espontâneo. A dor e o impacto emocional de uma perda como essa são indescritíveis, mas, além disso, Sabrina teve que lidar com outras questões relacionadas à saúde, que foram explicadas por uma especialista em aleitamento materno em entrevista à CARAS Brasil.
A Dra. Eliza Carvalho, que é consultora da área, falou sobre as possíveis complicações para mulheres que passam por um aborto espontâneo, principalmente quando o corpo ainda está produzindo leite. Ela explicou que, dependendo da idade gestacional da mulher, o corpo pode continuar a produzir leite, mesmo após a interrupção da gestação. “Se for uma gestação mais avançada, como de 12 semanas ou mais, o corpo pode continuar a produzir leite, mesmo com o aborto espontâneo”, afirmou.
A médica explicou que, para mulheres que estão grávidas pela primeira vez, o processo de produção de leite pode demorar mais para acontecer. “A fisiologia dessa mulher vai demorar um pouco mais para começar a produzir leite, apesar de que esse processo começa assim que a mulher engravida”, explicou. Já para aquelas que já tiveram filhos e amamentaram antes, o corpo pode reagir de forma diferente, produzindo leite de forma mais rápida.
Ela comentou que o corpo começa a produzir leite porque, durante a gestação, a prolactina, que é o hormônio responsável pela produção de leite, está sendo estimulada. Quando a gestação é interrompida, o corpo precisa se ajustar, parando de produzir esse hormônio e começando a produzir outros, como a progesterona e o estrógeno. Esse processo é o que eventualmente leva a mulher a voltar a menstruar.
Além disso, a Dra. Eliza falou sobre a importância de um acompanhamento médico adequado para evitar que a produção de leite traga complicações à saúde da mulher. Caso o aborto tenha ocorrido em uma gestação mais avançada, como por exemplo, após 36 semanas, a mulher pode ter problemas mais graves, como infecções nas mamas, conhecidas como mastite. Nesses casos, ela será medicada e orientada pelos médicos para que o corpo se recupere corretamente.
A médica também ressaltou que, em casos mais graves, como no de mães que perdem o bebê após 36 semanas de gestação, é necessário um cuidado ainda mais especial. “A mãe vai sair do hospital com as orientações corretas e com a medicação necessária, já que a gestação mais avançada não leva a um aborto simples”, completou Dra. Eliza.
Ela também deu orientações sobre o cuidado com as mamas, sugerindo o uso de faixas para que os seios fiquem firmes e sem movimento. Isso é importante para evitar que o estímulo nas glândulas continue, o que poderia resultar na produção excessiva de leite. A Dra. Eliza comparou o cuidado com a mama de mulheres que perderam o bebê em estágios mais avançados ao cuidado de mães que têm dificuldade para amamentar, como no caso de mulheres que não podem amamentar devido à AIDS.
Esse tipo de complicação é um desafio extra para mulheres que já estão passando por um momento de dor intensa. Além da perda emocional, o corpo precisa se ajustar e lidar com o que aconteceu, e o acompanhamento médico se torna essencial para evitar problemas de saúde mais graves.
A história de Sabrina Sato e Nicolas Prattes é triste, mas serve para mostrar a importância de se dar atenção aos aspectos físicos e emocionais após um aborto espontâneo. Muitas mulheres passam por situações semelhantes, e a orientação médica é fundamental para garantir que elas se recuperem da melhor forma possível.