A Polícia Civil de São Paulo soltou, nesta quarta-feira (11), informações novas sobre o estranho e trágico caso do empresário Adalberto Amarilio Junior. O corpo dele foi encontrado dentro de um buraco numa obra no Autódromo de Interlagos, na Zona Sul da capital. Sim, no meio de uma área que teoricamente deveria ser segura, monitorada e controlada.
A delegada Ivalda Aleixo, que lidera a investigação no Departamento de Homicídios, disse que a linha principal seguida até agora é de que Adalberto tenha morrido por conta de uma compressão no tórax, possivelmente durante uma briga com alguém, talvez um segurança do local. Isso tudo teria acontecido logo depois que ele saiu de um evento no autódromo.
Em entrevista à Globo, a delegada contou mais detalhes do que teria rolado naquela noite. Segundo ela, tudo indica que o empresário se envolveu em um confronto físico enquanto tentava cortar caminho para chegar até o estacionamento do Kartódromo, onde tinha deixado seu carro. Um amigo de Adalberto relatou que ele já tinha bebido bastante naquela noite, o que pode ter contribuído pra situação sair do controle.
Ainda de acordo com Ivalda, as investigações mostram que durante esse desentendimento, alguém pode ter imobilizado Adalberto de forma violenta, talvez pressionando suas costas com o joelho ou até mesmo sentando sobre ele. Essa ação teria causado a tal compressão torácica, que pode levar à asfixia. “O caso está melhor encaminhado”, comentou a delegada, dando a entender que as coisas começaram a se encaixar — mesmo que ainda envoltas numa névoa de incertezas.
A morte do empresário, no entanto, ainda levanta várias dúvidas. Uma delas é o motivo de ele ter sido jogado dentro de um buraco — detalhe macabro e que complica ainda mais o quebra-cabeça. Esse buraco ficava numa área restrita, que não deveria estar acessível ao público. E aí fica a pergunta: quem levou o corpo até lá? Estava sozinho? Foi ajudado? Ou foi acobertado?
A parte mais estranha é que, até o momento, ninguém apareceu pra assumir nada. Câmeras de segurança, por enquanto, não entregaram o ouro. E, como muita gente estava no evento naquela noite, as investigações ainda estão colhendo depoimentos pra entender o que realmente aconteceu nos minutos finais da vida de Adalberto.
É impossível não lembrar de outros casos recentes onde eventos mal organizados e segurança precária acabam em tragédia. Basta lembrar do caso do torcedor que caiu da arquibancada no Morumbi no início do ano, ou da briga generalizada que terminou em morte numa festa em São Bernardo. Parece que tem algo errado na forma como a segurança é tratada nesses espaços, e a sociedade vai empurrando isso com a barriga até que algo grave aconteça — de novo.
Enquanto isso, a família de Adalberto vive o luto e a angústia de não saber ao certo como tudo terminou. A tragédia ainda está sendo investigada, e o mínimo que se espera agora é uma resposta concreta. Não dá pra simplesmente aceitar mais uma morte sendo engavetada como “acidente”.
Por ora, a polícia segue trabalhando com perícias e depoimentos. E a cidade de São Paulo, com tantos cantos já marcados por violência e impunidade, ganha mais uma cicatriz.