Desvendando o Combate ao Crime Organizado: A Urgência de um Sistema Integrado de Segurança
No último dia 25, o ministro Bruno Dantas, que atua no TCU (Tribunal de Contas da União), fez declarações impactantes sobre a situação do crime organizado no Brasil. Em um evento que visava divulgar um estudo relevante, ele enfatizou um ponto crucial: o combate a essas organizações criminosas não pode continuar sem uma estrutura bem coordenada entre as forças de segurança. Isso nos leva a refletir sobre a necessidade de um sistema mais robusto e articulado para enfrentar um fenômeno que, segundo Dantas, opera como se fosse uma verdadeira empresa.
A PEC da Segurança como Caminho
Durante seu discurso, o ministro mencionou a PEC da Segurança, que foi apresentada pelo governo ao Congresso, como uma das soluções possíveis para melhorar essa coordenação. Ele ressaltou que a lógica do crime organizado é economicamente orientada, o que significa que esses grupos não apenas competem entre si em disputas territoriais, mas também operam em esferas mais sutis, como licitações e financiamento de campanhas eleitorais. Isso gera um ciclo vicioso onde o crime se torna cada vez mais sofisticado e difícil de combater.
“Não se fará o combate ao crime organizado sem a coordenação proposta pelo Ministério da Justiça… O avanço do crime se dá por uma lógica econômica e comercial”, disse Dantas, o que nos leva a questionar se estamos realmente preparados para lidar com essa nova realidade. O crime, que antes era visto como algo puramente violento, agora também é visto como uma questão de mercado, de estratégia e de operações financeiras.
A Importância do Coaf
Um ponto que merece destaque na fala do ministro foi a atuação do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras). Ele mencionou que o aumento no número de operações suspeitas comunicadas ao Coaf é alarmante. Em 2015, foram registrados menos de 300 mil alertas, enquanto em 2024 esse número saltou para mais de 2,5 milhões. Isso representa um aumento extraordinário de 766,6% em apenas nove anos.
Esses dados foram extraídos de um estudo intitulado “Lavagem de dinheiro e enfrentamento ao crime organizado no Brasil: reflexões sobre o Coaf em perspectiva comparada”, elaborado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e o Instituto Esfera. O estudo revela a urgência de fortalecer a articulação entre os órgãos de inteligência financeira e as forças de segurança, uma questão que não pode ser ignorada.
Desafios que Precisamos Enfrentar
Apesar do aumento no número de operações e alertas, o relatório destaca que o Coaf ainda enfrenta sérias limitações. O número de servidores disponíveis para lidar com a crescente demanda de análises financeiras continua abaixo do necessário. Isso é preocupante, especialmente considerando a complexidade do cenário atual, onde organizações criminosas ligadas ao narcotráfico utilizam mecanismos cada vez mais sofisticados para realizar lavagem de dinheiro.
“O país apresenta desafios de grande complexidade, especialmente no que diz respeito ao crescimento do poder econômico de organizações criminosas”, enfatiza o relatório. Novas tecnologias, como criptoativos e plataformas de apostas online, estão sendo utilizadas para dificultar ainda mais a identificação de atividades ilegais, tornando o trabalho do Coaf ainda mais desafiador.
A Necessidade de um Sistema Integrado
Um sistema integrado de inteligência financeira é fundamental. A proposta é que esse sistema envolva não apenas o Coaf, mas também o Ministério Público, o Judiciário, a União e outros órgãos reguladores. Dantas argumenta que, embora tenhamos instituições respeitáveis, ainda falta uma verdadeira articulação entre elas. “Temos, sim, órgãos muito respeitáveis. O conjunto, porém, dessas organizações, ainda não configuram um sistema de inteligência financeira que seja merecedor desse nome”, afirmou.
Conclusão
À medida que avançamos, é essencial que a sociedade e os governantes compreendam a gravidade da situação. A luta contra o crime organizado não é apenas uma questão de segurança pública, mas também um desafio econômico e político. A necessidade de um sistema coordenado e integrado nunca foi tão evidente. Precisamos agir agora e urgentemente, se quisermos um futuro mais seguro e justo para todos. Você concorda com a necessidade de um sistema mais integrado? Deixe sua opinião nos comentários!