Piloto de balão que caiu em SC não tinha licença para voos, diz Anac

Tragédia nos Céus: O Que Sabemos Sobre o Acidente de Balão em Praia Grande

No último sábado, dia 21, uma tragédia abateu-se sobre Praia Grande, no sul de Santa Catarina, quando um balão caiu, resultando na morte de oito pessoas e deixando outras 13 feridas. O acidente levantou uma série de questões sobre a segurança e a regulamentação do balonismo no Brasil, especialmente após a informação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) de que o piloto não possuía a licença necessária para operar um balão livre.

Licenciamento e Segurança no Balonismo

A Anac informou que o piloto do balão, identificado como Elves de Bem Crescencio, não tinha a licença de Piloto de Balão Livre (PBL), um requisito essencial para voos que são considerados seguros e certificados. Além disso, o balão em questão também não era registrado como uma aeronave certificada, o que levanta preocupações adicionais sobre a segurança das operações de balonismo no Brasil. Atualmente, não existem voos de balões certificados para transporte de passageiros no país, e as atividades em Praia Grande eram realizadas sob a regulamentação do aerodesporto, permitindo que os participantes voassem por conta e risco.

As Implicações do Regulamento Brasileiro de Aviação Civil

O Regulamento Brasileiro de Aviação Civil (RBAC) estabelece normas que não exigem certificação de aeronavegabilidade para balões que operam sob essa categoria. Isso significa que, tecnicamente, não há a mesma supervisão rigorosa que existe para outras formas de aviação. Essa lacuna no regulamento pode criar um ambiente propenso a acidentes, como o que ocorreu recentemente. A Anac, antes do acidente, já tinha realizado reuniões com representantes do setor turístico local, incluindo o Sebrae, o Ministério do Turismo e a Prefeitura de Praia Grande, para discutir o crescimento do balonismo e as necessidades de regulamentação mais rigorosa.

A Defesa do Piloto

Em resposta às alegações da Anac, a defesa do piloto contestou essas informações, afirmando que Crescencio é um instrutor de voo com mais de 700 horas de experiência e que possui um cadastro de aerodesportista junto à Anac. O advogado Clovis Rogério Scheffer, que representa Crescencio, argumentou que todas as aeronaves operadas pela empresa Sobrevoar Serviços Turísticos estão devidamente registradas e dentro da categoria de voos desportivos.

O Que Aconteceu Durante o Voo

De acordo com o relato do piloto à Polícia Civil, o incêndio que causou o acidente surgiu após uma falha no maçarico auxiliar, que é usado para acender a chama principal do balão. Ao perceber que a situação estava se tornando incontrolável, Crescencio teria dado a ordem para que os passageiros saltassem. Treze pessoas conseguiram se jogar antes que o balão subisse novamente, levando consigo as oito vítimas que não conseguiram desembarcar.

A Investigação em Curso

A Polícia Civil de Santa Catarina abriu um inquérito para investigar as causas do acidente, e a principal linha de investigação aponta para uma falha técnica no sistema de ignição do balão. Isso levanta questões sérias sobre a manutenção e a segurança das aeronaves utilizadas para esse tipo de atividade. Praia Grande, que é conhecida como a “Capadócia brasileira” devido à sua popularidade entre os voos de balão, realiza cerca de 100 voos diários durante a alta temporada, o que torna a necessidade de regulamentação e supervisão ainda mais urgente.

Reflexões Finais

Essa tragédia nos lembra da importância da segurança nas atividades de aerodesporto e do papel das autoridades em garantir que todas as operações cumpram com as normas necessárias. É um momento de reflexão para o setor e uma chamada para que as regulamentações sejam revisitadas e aprimoradas, de forma a prevenir acidentes futuros. Se você se interessou por essa história, compartilhe sua opinião nos comentários abaixo e fique atento às atualizações sobre esse caso.