Um adolescente de 15 anos faleceu após ser atropelado por um ônibus na noite da última sexta-feira (14), no bairro Guarani, localizado na Região Norte de Belo Horizonte. Na ocasião do acidente, o jovem estava pedalando em uma bicicleta que havia ganhado de presente de aniversário algumas horas antes.
Segundo relatos de testemunhas, o adolescente descia a Rua Siri quando foi atingido pelo ônibus da linha 703 (São Gabriel/Guarani), na esquina da Rua Sambaíba. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e constatou o óbito no local.
O Corpo de Bombeiros, a BHTrans e a Polícia Militar (PM) foram mobilizados para a ocorrência. Equipes da Polícia Civil (PC) realizaram perícia no local e removeram o corpo para o Instituto Médico Legal (IML) da capital.
O G1 entrou em contato com o sindicato que representa as empresas de ônibus de BH para obter um posicionamento e aguarda retorno.

Saiba mais:
Recentemente, o Ministério da Saúde divulgou os números consolidados de mortes no trânsito brasileiro em 2021, revelando que 33.813 pessoas perderam suas vidas devido a acidentes. Isso representa um aumento de aproximadamente 3,4% em relação a 2020. Entre os dados destacados, chamam atenção as estatísticas relacionadas aos ciclistas.
Em 2021, 1.381 ciclistas foram vítimas fatais no trânsito brasileiro, um aumento de 29 casos em comparação com o ano anterior. Desde 2016, observa-se que o número de óbitos entre ciclistas tem se mantido estável ou em crescimento, sem apresentar quedas significativas em nenhum dos anos analisados.
Um aspecto notável é que a faixa etária mais impactada entre os ciclistas mortos no trânsito, desde 2016, é a de 50 a 59 anos. Esse perfil difere do padrão geral de vítimas de acidentes de trânsito.
Segundo o Dr. Flávio Emir Adura, médico do tráfego e diretor científico da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), o percentual de óbitos de ciclistas em relação ao total de mortes no trânsito brasileiro aumentou significativamente, passando de 0,9% em 1996 para 3,5% em 2020.
Esses dados evidenciam a necessidade de medidas específicas para proteger os ciclistas no trânsito, considerando não apenas a implementação de infraestrutura adequada, mas também campanhas educativas e fiscalização eficaz para reduzir essas tragédias.
“Devido à pandemia da Covid-19, registraram-se altas históricas na frota circulante de bicicletas. Uma vez que, com o isolamento social e a necessidade de evitar aglomerações no transporte público, a bicicleta passou a ser mais utilizada como veículo de passeio para o lazer e esporte. Além disso, para deslocamentos em direção ao trabalho e estudo, transporte de cargas (mercadorias, correspondências e outros) e até como veículo para transporte de pessoas na condição de passageiros”, analisa.
O Dr. Flávio Emir Adura aponta que alguns fatores de risco para acidentes de trânsito foram agravados após a pandemia, como condições médicas, uso de medicamentos, fadiga, sono e o uso de substâncias psicoativas (drogas). Esses elementos são significativas causas de sinistros no tráfego.
Para reverter essa situação, o diretor da Abramet enfatiza a necessidade de fortalecer estratégias de policiamento e fiscalização nas vias. Além disso, ele destaca a importância de criar e implementar legislações abrangentes voltadas para a segurança no trânsito.