Na manhã desta segunda-feira, 30 de junho, um acontecimento devastador abalou o coração da pequena Muniz Freire, no Sul do Espírito Santo. Quatro moradores da cidade perderam a vida em um trágico acidente na BR-262, mais precisamente no trecho que passa por João Monlevade, interior de Minas Gerais.
As vítimas eram bastante conhecidas e queridas na cidade: o casal de professores Walace Almeida e Mariana Lordeiro, o filho deles, o pequeno Thales Lordeiro Almeida, com apenas dois aninhos, e Francisco Alves de Oliveira, motorista da prefeitura que acompanhava a família na viagem.
O acidente aconteceu por volta das 7h30 da manhã, numa curva perigosa próxima à Serra do Egito, no km 196 da rodovia. Segundo relatos, o carro em que eles estavam colidiu de frente com um caminhão — o impacto foi tão violento que mal sobrou algo do veículo.
Dentro do carro, os três adultos foram encontrados já sem vida. O menino Thales chegou a ser retirado do automóvel por testemunhas que passavam pelo local e tentaram ajudá-lo, mas infelizmente ele também não resistiu aos ferimentos. A cena, segundo quem chegou primeiro, era de cortar o coração.
A Prefeitura de Muniz Freire confirmou as identidades e decretou luto oficial de três dias. Durante esse período, os serviços administrativos do município foram suspensos como forma de respeito à dor da comunidade.
Walace e Mariana trabalhavam como professores em escolas da rede pública local. Além de educadores dedicados, eram conhecidos por participarem ativamente das atividades culturais da cidade. Walace, por exemplo, era um dos idealizadores da feira de ciências da escola onde lecionava. Mariana organizava encontros de leitura para crianças e adolescentes na biblioteca municipal.

Francisco, o motorista, também era figura constante nas ruas da cidade. Com seu jeito tranquilo e sempre disposto a ajudar, era querido tanto pelos colegas da prefeitura quanto pela população em geral.
A notícia se espalhou rapidamente pelas redes sociais e grupos de mensagens locais. Amigos, alunos, pais de alunos, vizinhos… todos chocados e tentando entender como uma tragédia dessas pôde acontecer. Ainda mais em um momento em que a cidade começava a se organizar para as festas juninas, que, inclusive, foram canceladas após o ocorrido.
Essa não é a primeira vez que a BR-262, que liga importantes regiões do Sudeste, registra um acidente grave. Moradores da região e motoristas que usam esse trecho com frequência já denunciaram diversas vezes a má conservação da pista, a sinalização precária e a falta de fiscalização mais rígida.
A tragédia reacende o debate sobre segurança nas estradas brasileiras, que continuam ceifando vidas, muitas vezes por causas evitáveis. Enquanto isso, Muniz Freire tenta encontrar forças para lidar com essa dor. O velório coletivo aconteceu nesta terça-feira na quadra da escola onde o casal lecionava. A comoção foi geral — lágrimas, aplausos, orações. Palavras de conforto vieram até de cidades vizinhas.
Que a lembrança de Walace, Mariana, Francisco e do pequeno Thales sirva não apenas como um símbolo da dor de uma cidade inteira, mas também como um chamado urgente para que vidas assim não se percam em vão. Eles deixaram um legado de amor, trabalho e cuidado — e é isso que deve continuar vivo na memória de todos.