O Brasil não chora por Bolsonaro. Ele é que chora por ele

Magno Malta (PL-ES), agora eleito senador, foi uma das primeiras pessoas a entrar na sala do hospital de Juiz de Fora na noite do último dia 6 de setembro de 2018, quando o chefe do poder executivo, candidato a presidente da República ( Na época), recuperava-se da cirurgia depois da facada que quase o tirou a sua vida.

Magno Malta que também é pastor levantou várias orações e, enquanto o fazia, tomou conhecimento da gravidade do corpo do enfermo e tirou uma fotografia para exibir a extensão da cicatriz que acompanharia Bolsonaro pelo resto da vida. Compartilhada nas redes sociais, a foto acabou se tornando viral, e até hoje reaparece de vez em quando. Bolsonaro ficou-lhe completamente agradecido pela ideia que teve.

É, pois, com a autoridade de quem sempre esteve perto de Bolsonaro, que Malta, depois de visitar recentemente o único presidente brasileiro que tentou se reeleger e acabou derrotado, confidenciou a Valdemar Costa Neto, chefe do PL: “Bolsonaro já era”. Foi a impressão que ele lhe deu. Costa Neto ouviu calado.

Vale destacar que Malta não é um caso de infidelidade a Bolsonaro, de contrapartida Tarcísio de Freitas (Republicanos), eleito governador de São Paulo com a ajuda do presidente amorfo, deprimido e, como se não bastasse, vítima de uma crise de erisipela, pode, sim, ser taxado um caso de infidelidade. Tanto é assim que no decorrer de uma entrevista à CNN, Freitas soltou:

“Eu nunca fui bolsonarista raiz. Comungo das ideias econômicas do governo Bolsonaro. A valorização da livre iniciativa, os estímulos ao empreendedorismo, a busca do capital privado, a visão liberal. Sou cristão, contra aborto, contra liberação de drogas, mas não vou entrar em guerra ideológica e cultural”.

É porque perdeu que Bolsonaro chora, como se viu ao receber, no Clube Naval de Brasília, os cumprimentos de fim de ano dos mais altos oficiais das Forças Armadas. Foi a terceira aparição pública dele em eventos militares nos últimos 10 dias. Se tivesse chorado pelos que morreram de Covid, talvez seu destino fosse outro.

Mas não. Além de não ter lamentando as mortes, além de ter receitado drogas ineficientes para tratar a pandemia, além de ter retardado a compra de vacinas, em março do ano passado, quando o país lidava com uma média de 4 mil mortos por dia, Bolsonaro afirmou em um vídeo inesquecível e imperdoável:

“Chega de frescura, de mimimi, vão ficar chorando até quando?”

Dissera antes:

“Eu não sou coveiro