Na quinta-feira (2/1), a Caixa Econômica Federal divulgou um comunicado informando que o único documento que valida uma aposta na Mega-Sena, e que dá direito ao prêmio, é o recibo emitido pelo terminal de apostas. Essa declaração foi feita após o caso de uma moradora de São Paulo que alegou ter ganhado a Mega da Virada, mas encontrou problemas com o registro da aposta.
Elza Jesus Almeida, de 64 anos, contou que fez oito apostas para tentar a sorte no sorteio milionário, mas, infelizmente, uma delas não foi registrada – justamente a aposta que teria acertado os seis números sorteados. Ela foi até uma lotérica na zona sul de São Paulo para tentar resolver a situação, já que acreditava que a falha tinha sido cometida pela casa lotérica.
Segundo a mulher, ela faz apostas na Mega da Virada todo ano na mesma lotérica que fica perto de sua casa, no Jabaquara. Em 2024, Elza foi até o local na tarde de terça-feira (31/12), bem antes do sorteio, e fez as apostas, entregando todos os canhotos à atendente. Ela recebeu os comprovantes, mas, ao que parece, não conferiu se todos os jogos estavam registrados corretamente. Quando chegou em casa e viu que os números sorteados batiam com os de um dos seus jogos, ficou toda animada, pensando que tinha sido a ganhadora do prêmio de mais de R$ 70 milhões.
Os números sorteados foram: 01 – 17 – 19 – 29 – 50 – 57.
Elza se lembra bem do momento em que pensou ter ganhado o prêmio: “Deu dor de barriga, eu fui pro banheiro. Eu falei que ia trazer meu filho dos Estados Unidos pra ficar comigo. Pensei só isso, sabe? Eu falei: ‘Vou fazer tudo, vou dar uma casa pra minha neta’”. Foi nesse clima de euforia que a mulher começou a se imaginar usufruindo de toda a riqueza que poderia mudar sua vida.
No entanto, foi um dos filhos de Elza que percebeu o erro no comprovante de aposta. Ao pedir para ver os papéis, ele notou que o terminal de apostas só tinha registrado os dois primeiros jogos do canhoto e não o terceiro, que era justamente o que teria sido premiado. Ao olhar a imagem do recibo, é possível ver claramente que não havia espaço para o jogo ser anulado, o que deixou Elza ainda mais frustrada.
Ela acredita que a operadora da lotérica cometeu um erro ao não registrar os três jogos corretamente, mas também admite que não conferiu a quantidade de apostas, o que poderia ter evitado o problema. “Foram oito jogos, foi bastante, eu não contei. Se eu tivesse contado, eu saberia que tinha um faltando. E quando ela cobrasse, eu falaria ‘não, pera aí, faltou um’, mas eu não contei. Nem imaginava isso, eu confiei”, afirmou Elza, refletindo sobre o ocorrido.
Curiosamente, Elza contou que a atendente até chegou a alertá-la sobre um número que estava faltando em um dos jogos, mas não mencionou nada sobre o jogo que ficou de fora. “Eu falei pra menina assim ainda: ‘Se eu ganhar te dou um carro’. E ela deu uma risadinha, sabe?”, lembrou Elza, com um misto de tristeza e decepção.
A mulher também compartilhou que, quando começou a apostar na Mega da Virada, há cerca de um mês, passou a se ajoelhar todos os dias para pedir a Deus que a ajudasse a ganhar. Ela não queria riqueza, apenas poder ajudar sua família: “Eu ia ajudar só meus filhos, só meus netos. Eu não queria nada. Eu não queria riqueza”, desabafou, emocionada.
Por conta do feriado de Ano Novo, a lotérica onde Elza fez a aposta estava fechada no dia 1º de janeiro, o que a impediu de esclarecer a situação. A falta de acesso ao estabelecimento também impediu que a reportagem da Metrópoles falasse com alguém da lotérica. A família de Elza anunciou que vai registrar um boletim de ocorrência e solicitar as imagens das câmeras de segurança para tentar entender o que aconteceu, além de procurar a Polícia Federal para apurar o caso.
Até o fechamento da reportagem, a Caixa Econômica Federal não havia respondido ao pedido de comentário sobre o caso. No entanto, a matéria segue aberta para possíveis esclarecimentos.