McDonald’s sofre grande prejuízo após surto de bactéria em sanduíches

Na manhã desta quarta-feira (23), as ações do McDonald’s despencaram mais de 5% por conta de um surto da bactéria E. coli nos Estados Unidos, que está ligado ao famoso sanduíche “Quarter Pounder”. Infelizmente, uma pessoa já morreu e outras 49 estão doentes.

Esse surto, que começou a ser noticiado na última terça-feira (22), já foi registrado em 10 Estados e resultou em pelo menos 10 hospitalizações, segundo o Centro de Controle de Doenças. Os primeiros casos apareceram no final de setembro e continuaram até outubro.

Para quem entende um pouco do mercado, esse tipo de problema é o último que o McDonald’s precisa agora, especialmente porque a rede já está enfrentando dificuldades para crescer. A analista Susannah Streeter, da Hargreaves Lansdown, comentou que essa situação não ajuda em nada a marca, que já estava tentando se recuperar de um período complicado.

A cepa da E. coli envolvida, a O157:H7, é conhecida por causar doenças sérias e foi a mesma que esteve relacionada a um incidente trágico em 1993, quando quatro crianças morreram após comerem em outra rede de fast-food, a Jack in the Box. Isso mostra como essas questões de saúde pública podem ter um impacto muito negativo nas vendas e na reputação das empresas.

Pelo que foi apurado, o problema pode ter surgido a partir de cebolas cortadas que foram usadas nos sanduíches. O McDonald’s informou que essas cebolas vieram de um único fornecedor, que abastece três centros de distribuição. Essa situação levanta a questão da segurança alimentar, algo que, sem dúvida, preocupa tanto os consumidores quanto os investidores.

O que torna esse caso ainda mais relevante é que, no passado, surtos semelhantes de E. coli tiveram efeitos devastadores nas vendas de redes de fast-food. Por exemplo, a Chipotle Mexican Grill sofreu muito em 2015 após um surto e levou cerca de um ano e meio para se estabilizar. Já a Jack in the Box enfrentou uma queda nas vendas por quatro trimestres seguidos após o incidente em 1993. O analista Brian Vaccaro, da Raymond James, destacou esses casos para mostrar que a recuperação pode ser demorada.

Agora, o McDonald’s pode enfrentar uma pressão nas vendas durante o quarto trimestre, mas os analistas acreditam que é cedo para prever se a situação será tão grave quanto nos casos anteriores. Andrew Strelzik, da BMO Capital Markets, comentou que, se não houver novos casos, a pressão sobre as vendas pode ser passageira.

A situação é crítica, pois em julho a empresa já tinha registrado a primeira queda trimestral de vendas em mais de três anos. Para lidar com esse novo desafio, o McDonald’s agiu rapidamente: retirou as cebolas cortadas e os hambúrgueres do Quarter Pounder dos estabelecimentos nas áreas afetadas.

Os analistas do JP Morgan acreditam que essa resposta rápida para identificar a fonte da contaminação e resolver o problema deve ajudar a minimizar os danos. Eles não esperam que essa crise “engula” o mercado americano ou internacional, mas é inegável que essa história pode impactar a imagem da marca.

Em resumo, o McDonald’s está passando por um momento difícil, e a forma como a empresa gerenciará essa crise será fundamental para o futuro. É um lembrete de que, em qualquer negócio, especialmente no setor de alimentos, a segurança dos consumidores deve sempre ser a prioridade. Vamos acompanhar os desdobramentos e ver como a rede se sai dessa!