Luana Piovani entrega detalhes sobre acusação de agressão: ‘Não tive suporte’

Luana Piovani foi a convidada do programa Sem Censura, da TV Brasil, nessa segunda-feira, 25. Ela falou sobre o episódio que a marcou profundamente, quando acusou o ex-namorado, Dado Dolabella, de violência doméstica. Em uma conversa sincera, a atriz relembrou tudo o que passou e fez questão de desabafar sobre a falta de apoio que recebeu na época. “Diziam que eu tinha feito aquilo para aparecer”, contou, visivelmente emocionada.

O caso aconteceu em 2008, mas foi só em 2014 que Dado foi condenado pela Lei Maria da Penha, depois de agredir Luana fisicamente e também sua camareira, Esmeralda de Souza, conhecida como dona Esmê. O ator acabou cumprindo uma pena de dois anos e nove meses em regime aberto por danos morais.

Luana revelou que a maior dor que sentiu não foi a agressão em si, mas sim a reação da sociedade. “O que mais me machucou não foi o que ele fez comigo, mas sim o que a sociedade fez depois. Eu estava em uma época onde o movimento não estava tão forte como é hoje. Eu nunca aceitei que me vestissem de vítima, como a sociedade queria”, afirmou. Ela lembrou que, no momento em que decidiu denunciar, foi criticada por muita gente, e até as empresas com as quais trabalhava a trataram de maneira fria e distante. “Fui espezinhada por todo mundo, até pela empresa em que eu estava. Eu não tive suporte de ninguém, a não ser meus pais, meus cinco amigos de verdade e meu terapeuta”, desabafou.

Ela também comentou sobre o papel das mulheres nesse processo. “O que atrapalha a nossa luta são as mulheres machistas. Elas acabam dando força pros homens que também são machistas. Enquanto as mulheres não se unirem, nada vai mudar”, opinou Piovani. Na época, ela ainda estava no ar com um programa na Globo, mas foi afastada logo após fazer a denúncia.

Enquanto isso, Dado Dolabella, por sua vez, se manifestou sobre o assunto em fevereiro, durante uma entrevista no podcast Papagaio Falante. Ele falou sobre o processo e a condenação, dando sua versão dos fatos. “Faz oito anos que esse caso foi encerrado. Mas agora que o assunto voltou à tona, eu mostrei que houve um erro”, disse ele, tentando justificar a situação. Segundo Dado, ele foi absolvido pelo Tribunal de Justiça estadual, mas depois o caso teve uma reviravolta no Supremo Tribunal Federal, que acabou a seu favor. “Foi um movimento político, a gente reverteu”, contou, sem muitos detalhes.

Ele ainda tentou minimizar as acusações, dizendo que não havia quebrado o braço de Luana, como muitos diziam na época. “Ela demorou duas semanas pra ir ao hospital, isso está nos autos do processo. E abriu o processo só depois desse tempo”, declarou, com um tom cético. Dado também sugeriu que a denúncia teria sido feita para divulgar uma peça teatral que Luana estava fazendo, onde ela aparecia nua em cena. “Acho que ela fez isso pra atrair público. Marketing, sabe? Eu não consigo entender”, completou, reforçando sua versão dos fatos.

O que fica claro nesse episódio é o quanto a história de Luana e Dado se tornou um símbolo das dificuldades enfrentadas por mulheres que decidem denunciar abusos, especialmente em uma sociedade onde o apoio é escasso e os julgamentos são rápidos. Luana, até hoje, carrega o peso da acusação e a falta de compreensão, enquanto Dado continua defendendo sua versão, sem admitir plenamente os atos de violência que ocorreram.

Essa história também nos leva a refletir sobre como as mulheres, mesmo no século XXI, ainda enfrentam uma luta constante por respeito e apoio. O caso de Luana Piovani foi um marco, mas é um lembrete de que, muitas vezes, a violência não termina com a agressão, mas com a dor da incompreensão e do abandono.