A cantora gospel e ex-deputada federal Flordelis dos Santos de Souza, que está cumprindo uma pena de 50 anos pelo assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo, foi pega com um celular em sua cela na Penitenciária Talavera Bruce, no Rio de Janeiro. A descoberta do aparelho gerou grande repercussão, já que a posse de dispositivos eletrônicos é proibida no sistema penitenciário brasileiro. Por conta disso, Flordelis acabou sendo punida, mas o caso também levantou uma série de questões sobre a segurança nas prisões do Brasil.
A confissão de Flordelis
Tudo aconteceu durante uma inspeção de rotina na prisão. Os agentes encontraram o celular escondido entre os objetos pessoais de Flordelis. Quando questionada, ela não hesitou em admitir que estava usando o aparelho para conversar com seu namorado, o produtor artístico Allan Soares. Esse tipo de atitude, embora não seja incomum, acabou gerando um grande estardalhaço, principalmente porque a ex-deputada tem sido uma figura muito comentada na mídia desde o assassinato de seu marido. Por conta dessa infração, ela foi isolada temporariamente e teve as visitas suspensas. Ou seja, mais um episódio para a conta de Flordelis, que já tem uma trajetória cheia de polêmicas.
Problemas de saúde e internação
Acontece que, após ser levada para o isolamento, Flordelis começou a passar mal. Segundo relatos, ela começou a sentir tonturas e dores de cabeça muito fortes, e, por isso, precisou ser encaminhada à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Complexo Penitenciário de Gericinó. Há quem diga que, inclusive, ela sofreu algumas convulsões, o que fez com que sua defesa fosse à mídia alegando que a situação estava sendo piorada pela pressão psicológica e as condições do presídio. O mais curioso foi que, após o atendimento médico, a decisão foi suspender a punição do isolamento e a cantora gospel retornou à sua cela habitual, o que gerou até algumas críticas. Muita gente achou que ela acabou recebendo privilégios, afinal, quem mais teria o direito de voltar para a cela após uma punição desse tipo?
Segurança no sistema prisional
Esse caso levantou vários questionamentos sobre a segurança dentro das penitenciárias brasileiras, especialmente sobre como o celular conseguiu ser introduzido no local. A defesa de Flordelis foi firme ao afirmar que as condições de saúde dela se agravaram por conta da pressão psicológica dentro do presídio, mas também não deixou de destacar as falhas no sistema prisional. Aliás, não é de hoje que se fala sobre as brechas no sistema de segurança das prisões no Brasil. Se até mesmo uma figura pública como Flordelis consegue ter acesso a um celular dentro da prisão, imagina só o que pode acontecer com os presos que não estão na mira das câmeras de TV?
O fato é que essa situação acaba refletindo muito sobre a fragilidade do nosso sistema penitenciário, que muitas vezes não consegue controlar nem o básico, como a entrada de aparelhos eletrônicos nas celas. Para quem está fora das grades, é fácil criticar e achar que tudo deveria ser mais rígido, mas quem conhece de perto as condições precárias das prisões brasileiras sabe o quanto é difícil manter a ordem.
No final das contas, o episódio de Flordelis vai além do simples fato de ela ter sido pega com um celular. Ele traz à tona um debate sobre a segurança no sistema prisional, as condições de saúde de quem está preso e, claro, a forma como figuras públicas lidam com a lei e a punição. A história dessa cantora gospel ainda deve dar muito o que falar, e é impossível prever o que mais pode acontecer com ela e com o sistema penitenciário do país.