David Rankin, engenheiro do projeto Catalina Sky Survey da NASA, fez uma previsão que deixou muita gente preocupada: ele mapeou a rota de colisão de um asteroide chamado “2024 YR4”, que foi detectado em dezembro. O asteroide, segundo ele, tem grandes chances de atingir a Terra em 2032, e a área de impacto poderia ser em várias regiões, indo desde o norte da América do Sul, passando pelo Oceano Pacífico, até o sul da Ásia, o Mar Arábico e a África. Países como Índia, Paquistão, Bangladesh, Etiópia, Sudão, Nigéria, Venezuela, Colômbia e Equador estariam entre os mais ameaçados.
Imediatamente, a galera nas redes sociais começou a sugerir formas de destruir o asteroide, tipo, lançar um míssil ou algo assim. Porém, o cientista Dr. Robin George Andrews foi rápido em chamar a atenção para o perigo de fazer algo assim sem pensar direito. Em um post no X (que todo mundo ainda chama de Twitter), ele alertou que tentar “destruir” um asteroide poderia dar muito errado. Segundo ele, a ideia de destruir a rocha espacial não é tão simples quanto parece.
Ele lembrou de uma missão chamada DART (Teste de Redirecionamento de Asteroide Duplo), que foi a primeira tentativa real de mudar a rota de um asteroide, usando o impacto de uma nave. Foi uma missão que, no fim das contas, deu certo, mas Dr. Robin não acha que esse tipo de estratégia seria confiável para qualquer situação.
“DART funcionou, mas isso não significa que podemos ir por aí batendo em todos os asteroides que encontramos”, explicou. Ele comparou o impacto do DART com um canhão atingindo uma bala, que poderia estourar em várias partes. Ou seja, se a gente tentar destruir um asteroide, é possível que ele se quebre e várias partes dele ainda se dirijam para a Terra. Em outras palavras, seria como transformar uma bala de canhão em um spray de espingarda — um risco bem maior.
A questão é que, se a gente tentasse usar o DART novamente para desviar o asteroide 2024 YR4, a coisa poderia dar errado. O asteroide pode ser muito maior ou menor do que a missão DART foi preparada para lidar. Se for muito grande, a gente não teria uma nave capaz de desviá-lo. E a ideia de usar várias naves? Bem, isso também é um grande risco, porque não teríamos certeza de que as naves iriam atingir o asteroide de forma precisa. Se a gente errar o cálculo, o asteroide pode acabar indo na direção errada, mas ainda assim atingindo a Terra em outro ponto.
O mais complicado de tudo é que o tempo está contra nós. O asteroide 2024 YR4 só passará novamente por aqui em 2028, e até lá, a chance de tentarmos algo é bem curta. Seria difícil achar uma forma de desviar o asteroide com sucesso antes de ele voltar para perto da Terra. Se não der certo, ele pode até mudar de rota, mas ainda nos atingir em outra área do planeta.
O cientista não descartou a ideia de a gente usar um método mais “forte” para desviar o asteroide, tipo uma ogiva nuclear. Essa opção, que parece sair de um filme de ficção científica, poderia dar um “socão” no asteroide e desviá-lo, mas isso também traria um monte de consequências imprevisíveis. Em resumo, Dr. Robin deixou claro que, apesar de ser possível tentar desviar asteroides, qualquer movimento que a gente faça precisa ser muito bem calculado e não pode ser feito de qualquer jeito, já que os riscos são enormes. Então, mesmo que tenha gente sugerindo “destruir” o asteroide, é bom a gente ficar atento para não acabar piorando a situação.
Hey asteroid 2024 YR4 watchers! I'm seeing a lot of people claim that, if it is going to impact Earth in 2032, we can use a DART-like spacecraft to ram it out of the way.
— Dr Robin George Andrews 🌋☄️ (@SquigglyVolcano) February 11, 2025
Well, not necessarily. The DART mission was fab, but might not be able to stop 2024 YR4.
Let me explain 👇 pic.twitter.com/JzBfEx2TxG