O atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sancionou a lei instituindo o Dia Nacional das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé. Após a decisão, a data será comemorada todos os anos no dia 21 de março.
O texto em questão, que veio à tona nesta sexta-feira (6), foi assinado pela atual ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, e a ministra da Cultura, Margareth Menezes.
De acordo com as informações de Paulo Paim, senador eleito pelo PT, a data em questão remete ao massacre de 69 pessoas, que realizavam protestos de maneira pacífica na África do Sul, quando o país passava por um regime de segregação em 1960.
Candomblé vem dos negros escravizados no Brasil
A religião é conhecida por ter nascido de uma mistura de tradições religiosas, sendo trazida através dos escravizados para o território brasileiro.
Entre os grupos que se destacam, está os sudaneses, vindos da Nigéria e Benin, e os Bantos, que vieram das regiões do Congo, Moçambique e Angola.
Na época, a religião oficial no país era a Católica, que havia sido trazida através dos europeus de origem portuguesa. Por este fato, o Candomblé foi encarado de maneira preconceituosa e pejorativa, sendo visto, muitas vezes, como atos de bruxaria. Em decorrência disso, a religião teve uma grande repressão vinda das autoridades policiais.
Apesar de toda reprimenda, os povos escravizados seguiram com o cultivo da cultura, realizando os costumes religiosos de maneira secreta. Com o intuito de disfarçarem, deuses foram identificados como santos do catolicismo.
Quando estavam cultuando Iansã, os escravizados rezavam em sua língua para Santa Bárbara. Tal processo foi denominado como sincretismo religioso.
Mesmo se passando certo tempo e conseguindo uma maior liberdade religiosa por lei, até o ano de 1976, terreiros de Candomblé só poderiam realizar as celebrações se tivessem autorização do governo.