Falso médico chegou a ganhar um salário de R$ 42 mil enquanto atuava em 4 hospitais no Ceará

Thiago Celso Andrade Reges, de 36 anos, um falso médico preso em Fortaleza por exercício ilegal da medicina, atuou de maneira ilícita em pelo menos quatro hospitais públicos no interior do Ceará, nas cidades de Itapajé, Mulungu, Baturité e Pentecoste. Apenas em Itapajé, ele recebeu um salário mensal de R$ 42.500. A captura do acusado aconteceu em 17 de fevereiro, em um prédio de alto padrão no bairro Cocó, na capital cearense. Além do exercício ilegal da medicina, Thiago é investigado por estelionato, falsidade ideológica e falsificação de documentos por ter tentado validar um diploma falso. O caso está sob sigilo judicial. Além disso, o suspeito é acusado de tráfico internacional de mulheres no Acre.

Em 2020, Thiago Celso Andrade Reges, que se passava por médico com um diploma falso obtido da Universidad Privada Abierta Latinoamericana, na Bolívia, conseguiu, por meio de uma decisão judicial, que a reitoria da Universidade Estadual do Ceará (Uece) aprovasse a revalidação nacional do documento. Ele chegou a ser registrado no Conselho Regional de Medicina do Ceará (Cremec), mas posteriormente foi descoberto que o diploma era falso e que ele não havia concluído o curso. Durante as investigações conduzidas pelo 5º Distrito Policial do Ceará, foi verificado que o Cremec já havia recolhido a carteira do órgão, que havia sido obtida de forma fraudulenta, e instaurado um procedimento administrativo contra o suspeito.

O falso médico Thiago Celso Andrade Reges, que foi preso em Fortaleza por exercício ilegal da medicina, trabalhou de forma irregular em quatro hospitais públicos no interior do Ceará, recebendo um salário mensal de R$ 42.500 apenas em um deles, o Hospital e Maternidade João Ferreira Gomes, em Itapajé, onde atuou como plantonista em 2020. Em julho de 2022, outro caso de falso médico foi identificado no mesmo hospital, quando um policial militar foi enviado como substituto de plantonistas fixos em três ocasiões. A administração municipal informou que os prontuários dos pacientes atendidos seriam revisados. Durante as investigações, conduzidas pelo 5º Distrito Policial do Ceará, foi verificado que Thiago conseguiu aprovar a revalidação nacional do diploma de médico supostamente obtido da Universidad Privada Abierta Latinoamericana, na Bolívia, por meio de uma decisão judicial em 2020, mas posteriormente foi descoberto que o diploma era falso e que ele não havia concluído o curso. O falso médico também é investigado por estelionato, falsidade ideológica e de documentos, bem como tráfico internacional de mulheres no Acre.

Thiago Celso Andrade Reges, o falso médico preso em Fortaleza, atuou ilegalmente em quatro hospitais públicos no interior do Ceará. Ele recebeu salário de R$ 42.500 em Itapajé, além de ter trabalhado como plantonista temporário em Mulungu, recebendo R$ 2 mil e R$ 5.200, e em Pentecoste, onde foi plantonista por 11 meses e recebeu salários mensais de R$ 8.184 a R$ 11.360. O período e o salário que ele recebeu em Baturité não foram informados. Em julho de 2022, outro falso médico foi identificado no Hospital e Maternidade João Ferreira Gomes, em Itapajé, onde Thiago também trabalhou.

Thiago Reges, com 22 mil seguidores no Instagram, apresentava-se como médico e criador de cavalos da raça quarto de milha, uma raça americana de alto valor comercial. O suspeito costumava publicar fotos na rede social ostentando sua vida, com viagens, passeios de helicóptero, jato particular, carros importados, fazendas e imagens com armas, além de mostrar sua atuação como médico em hospitais, acompanhado de legendas motivacionais sobre o orgulho da profissão.

Em 2016, Thiago candidatou-se a vereador em Fortaleza pelo Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), mas obteve apenas 123 votos e não foi eleito.